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quarta-feira, 2 de maio de 2012

OS VULTOS DA ESCOLA DO RECIFE:

Sylvio Romero e a Escola do Recife


Sylvio Romero foi um polemista do porte de Tobias Barreto. De temperamento agressivo, a ponto de às vezes procurar convencer as pessoas aos brados ou com vais, não se incomodava em dar satisfação ou prestar muitos esclarecimentos, quando cobrado sobre a coerência de suas idéias. Alegava que suas mudanças de opinião vinham com o tempo, com os estudos, com a reflexão, mas não eram mudanças inconseqüentes, nem gratuitas, nem repentinas, defendia polemicamente suas metamorfoses; foi sempre um evolucionista. O seu doutoramento foi marcado por lances inusitados, chegando a afirmar em sua defesa que a metafísica “estava morta”, para ouvir de seu examinador a pergunta: “e foi o senhor quem a matou?”, onde retrucou, impacientemente, dizendo: “quem matou foi o progresso, a civilização”. Foi Sylvio Romero quem deu o nome de Escola do Recife para este movimento.
Esse comportamento revela que Sylvio Romero, em contato com outras doutrinas e estando contagiado por uma reflexão critica, promoveu um grito de universalismo dentro da Escola contribuindo significativamente para a criação de um direito moderno visto num contexto de progressivo esvaziamento de conteúdos axiológicos, que tradicionalmente forneciam as bases consensuais do direito positivo.
Referência:
ARAÚJO, Fernando. Aspectos da história do direito no Brasil: opressão e bacharelismo, a gênese do positivismo no Brasil. 2. ed. Recife: Nossa Livraria, 2008.

Prof. Fernando José Pereira de Araújo
É advogado inscrito na OAB/PE sob o nº 6024, Ex-Procurador Federal, Órgão da Advocacia - Geral da União; Ex-Procurador Chefe da Divisão do Contencioso da SUDENE; Ex-Secretário da Fazenda da Cidade de Olinda - PE; Mestre e Doutor em Direito; Professor de Direito na Faculdade Salesiana do Nordeste.


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