Sylvio Romero e a Escola do Recife
Sylvio Romero foi um
polemista do porte de Tobias Barreto. De temperamento agressivo, a ponto de às
vezes procurar convencer as pessoas aos brados ou com vais, não se incomodava
em dar satisfação ou prestar muitos esclarecimentos, quando cobrado sobre a coerência
de suas idéias. Alegava que suas mudanças de opinião vinham com o tempo, com os
estudos, com a reflexão, mas não eram mudanças inconseqüentes, nem gratuitas,
nem repentinas, defendia polemicamente suas metamorfoses; foi sempre um
evolucionista. O seu doutoramento foi marcado por lances inusitados, chegando a
afirmar em sua defesa que a metafísica “estava morta”, para ouvir de seu
examinador a pergunta: “e foi o senhor quem a matou?”, onde retrucou,
impacientemente, dizendo: “quem matou foi o progresso, a civilização”. Foi
Sylvio Romero quem deu o nome de Escola do Recife para este movimento.
Esse
comportamento revela que Sylvio Romero, em contato com outras doutrinas e
estando contagiado por uma reflexão critica, promoveu um grito de universalismo
dentro da Escola contribuindo significativamente para a criação de um direito
moderno visto num contexto de progressivo esvaziamento de conteúdos
axiológicos, que tradicionalmente forneciam as bases consensuais do direito
positivo.
Referência:
ARAÚJO, Fernando. Aspectos da história do direito no Brasil: opressão e bacharelismo, a gênese do positivismo no Brasil. 2. ed. Recife: Nossa Livraria, 2008.
ARAÚJO, Fernando. Aspectos da história do direito no Brasil: opressão e bacharelismo, a gênese do positivismo no Brasil. 2. ed. Recife: Nossa Livraria, 2008.
Prof. Fernando José Pereira de Araújo
É advogado inscrito
na OAB/PE sob o nº 6024, Ex-Procurador Federal, Órgão da Advocacia - Geral da
União; Ex-Procurador Chefe da Divisão do Contencioso da SUDENE; Ex-Secretário
da Fazenda da Cidade de Olinda - PE; Mestre e Doutor em Direito; Professor de
Direito na Faculdade Salesiana do Nordeste.
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