Música escondida no Jardim das Delícias de Hieronymus Bosch
Renascimento: O Jardim das Delícias Terrenas, de Hieronymus Bosch
O Jardim das Delícias Terrenas é uma das obras mais belas e enigmáticas de Bosch. Desvende seus mistérios e leve Um Pouco de Arte para a sua Vida
A obra é um conjunto de três pinturas que descrevem
a história do mundo
a partir da criação
O Jardim das
Delícias Terrenas é um conjunto de três pinturas feitas por Hieronymus Bosch que descreve
a história do mundo a partir da criação, mostrando o paraíso e o
inferno. Estima-se que a obra tenha sido acabada entre 1480 e 1505.
Por terem sido
feitas sobre madeira, as pinturas laterais possuem dobradiças que,
quando abertas, se assemelham a asas, e fechadas exibem as
seguintes inscrições: "Ele mesmo disse isso, e tudo foi feito"
e "Ele mesmo ordenou e tudo foi criado". À esquerda é possível
ver o paraíso terrestre, já à direita o inferno. A
pintura central é o jardim das delícias terrenas, que nomeia a
obra.
O simbolismo é
a característica marcante da pintura, podendo ser visto por diversas imagens
que possuem significados individuais. No primeiro quadro, por exemplo,
existe uma fonte da vida, de onde os rios do paraíso fluem. Em
contrapartida, pode ser encontrado na pintura do centro um lago com mulheres
nuas, que representa uma versão pecadora da fonte do paraíso.
No inferno (à
direita) existe uma figura intrigante: o rosto de um homem que
parece estar entre um ovo e uma espécie de árvore. Muitos afirmam que esse
rosto é um autorretrato de Bosch, que carrega sobre sua cabeça uma gaita
de fole – instrumento que por vezes tinha conotação sexual e que por
isso pode ter sido retratado no inferno.
A beleza e
a luxúria são elementos que se mesclam na obra, e um bom exemplo disso
é o casal preso numa bola de cristal no jardim central. Ele
está envolto de diversas figuras, cores e objetos, e, ao mesmo tempo, faz
alusão ao ditado popular Flamenco “A felicidade é como vidro,
logo quebra”.
O Jardim das
Delícias Terrenas é considerado uma das obras moralizantes mais
enigmáticas, complexas e belas de Bosch, e foi feita perto da sua
morte. Após a sua criação, foi adquirida num leilão pelo filho ilegítimo do Duque
de Alba, e levada para o El Escorial em 1593. Atualmente, pode ser vista no Museu do Prado, em
Madrid, na Espanha.