Segue uma simples Homenagem do Jornal Universitário Revoluções Tobiáticas a uma das maiores lideranças políticas do Brasil que, infelizmente e tragicamente, nos deixou nesta quarta-feira, dia 13/08/2014, em um acidente de avião em Santos-SP. Que o Brasil e o mundo nunca esqueçam suas palavras, pois são exemplos de uma política séria e honesta, justa e democrática.
"Nunca faltei com respeito a meus adversários. Não aprendi a fazer política desrespeitando pessoas, ofendendo famílias ou tentando diminuir quem quer que seja. Política a gente faz com ideias. As ideias podem ser piores ou melhores, mas quem julga isso são os cidadãos."
Eduardo Campos
Conheça a trajetória política de Eduardo Campos
Roda Viva | Eduardo Campos | 26/05/2014
como foi o acidente
Eduardo Henrique
Accioly Campos (Recife, 10 de agosto de 1965 — Santos, 13 de agosto de 2014) foi
um economista e
político brasileiro, ex
governador de Pernambuco, presidente do Partido Socialista Brasileiro (PSB) e
candidato à Presidência da República nas eleições de 2014.
Campos era graduado em Economia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Aprovado no vestibular desta instituição com 16 anos, concluiu a faculdade aos
20, como aluno laureado e orador da turma.
Neto do também político Miguel Arraes de Alencar, que em 1979
retornou ao Brasil após 15 anos no exílio, Eduardo desde cedo conviveu com
nomes emblemáticos da política local e nacional.
Segundo sua assessoria de imprensa, o
candidato a presidência do Brasil estava presente no avião que caiu na manhã de
13 de agosto de 2014 no litoral de São Paulo.
Família e formação
Nascido no Recife, capital pernambucana,
Eduardo Campos era filho do poeta e cronista Maximiano
Campos (1941–1998) com a ex-deputada federal e atual ministra
do Tribunal de Contas da União Ana Arraes (1947).
Era neto de Miguel Arraes (1916–2005), ex-governador
de Pernambuco,
sendo considerado seu principal herdeiro político, além de sobrinho de Guel Arraes,
cineasta e diretor da Rede Globo de Televisão.
Eduardo Campos formou-se em Economia na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Casado com a também economista e auditora do Tribunal de Contas do Estado de
Pernambuco Renata de Andrade Lima Campos, com quem teve cinco
filhos (Maria Eduarda, João Henrique, Pedro Henrique, José Henrique e Miguel). Seu
filho mais novo, Miguel, nascido no dia 28 de janeiro de 2014, foi
diagnosticado com Síndrome de Down.
Vida política
Eduardo Campos começou na política ainda na
universidade quando foi eleito presidente do Diretório Acadêmico da Faculdade
de Economia. Em 1986, Campos trocou a oportunidade de fazer um mestrado nos
Estados Unidos pela participação na campanha que elegeu o avô Miguel Arraes
como governador de Pernambuco. Com
a eleição de Arraes, em 1987, passou a atuar como chefe de gabinete do
governador. Neste período foi o responsável pela criação da primeira Secretaria
de Ciência e Tecnologia do Nordeste e da Fundação de Amparo à Ciência e
Tecnologia de Pernambuco (FACEPE).
Assembleia Legislativa
Campos filiou-se ao Partido Socialista Brasileiro (PSB)
em 1990. No mesmo ano foi eleito deputado estadual e conquistou o Prêmio Leão
do Norte concedido pela Assembleia Legislativa de Pernambuco aos
parlamentares mais atuantes.
Congresso Nacional
Em 1994, Campos foi eleito deputado federal
com 133 mil votos. Pediu licença do cargo para integrar o governo de Miguel Arraes como
secretário de Governo e secretário da Fazenda, entre 1995 e 1998. Neste último
ano voltou a disputar um novo mandato de Deputado Federal e atingiu o número
recorde de 173.657 mil votos, a maior votação no estado.
Em 2002, pela terceira vez no Congresso
Nacional, Eduardo Campos ganhou destaque e reconhecimento como articulador do
governo Lula nas reformas da Previdência e Tributária. Por três anos
consecutivos esteve na lista do Departamento Intersindical de Assessoria
Parlamentar (DIAP) entre os 100 parlamentares mais influentes do Congresso.
No decorrer de sua vida pública no Congresso Nacional, Eduardo Campos participou
de várias CPI, como a de Roubo de
Cargas e a do Futebol Brasileiro (Nike/CBF). Nesta
última, atuou como sub-relator, onde denunciou o tráfico de
menores brasileiros para o exterior fato que, inclusive, teve ampla repercussão
na imprensa nacional
e internacional.
Como deputado
federal, Eduardo foi ainda presidente da Frente Parlamentar em
Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Natural Brasileiro, criada por sua
iniciativa em 13 de junho de 2000. A Frente tem natureza suprapartidária e
representa, em toda a história do Brasil, a primeira intervenção do Parlamento Nacional
no setor.
Eduardo é também autor de vários projetos de
lei. Entre eles, o que prevê um diferencial no FPM para as cidades
brasileiras que possuem acervo tombado pelo IPHAN;
o do uso dos recursos do FGTS para pagamento
de curso superior do trabalhador e seus
dependentes; o que tipifica o sequestro relâmpago como crime no código penal;
e o daResponsabilidade Social, que exige do
Governo a publicação do mapa de exclusão
social, afirmando seu compromisso com os mais carentes.
Ministério da Ciência e Tecnologia
Em 2004, a convite do presidente Lula,
Eduardo Campos assumiu o Ministério da Ciência e Tecnologia,
tornando-se o mais jovem dos ministros nomeados. Em
sua gestão, o MCTreelaborou o
planejamento estratégico, revisou o programa espacial brasileiro e
o programa nuclear, atualizando a atuação do
órgão de modo a assegurar os interesses do país no contexto global.
Como ministro da Ciência e Tecnologia,
Eduardo Campos também tomou iniciativas que repercutiram internacionalmente,
como a articulação e aprovação do programa de biossegurança, que permite a
utilização de células-tronco embrionárias para fins de
pesquisa e de transgênicos. Também
conseguiu unanimidade no Congresso para aprovar a Lei de Inovação Tecnológica ,
resultando no marco regulatório entre empresas, universidades e instituições de
pesquisa. Outra
ação importante à frente da pasta, foi a criação daOlimpíada
Brasileira de Matemática das Escolas Públicas – considerada a
maior olimpíada de Matemática do Mundo em número de participantes.
Presidência do Partido Socialista Brasileiro
Eduardo Campos assumiu a presidência nacional
do PSB no ano de 2005. Após seu
discurso, Eduardo foi aplaudido de pé pelo então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva; o
vice-presidente, José Alencar; seis ministros, os presidentes
nacionais de vários partidos e outras lideranças.
No início de 2006, se licenciou da
presidência nacional do PSB para concorrer ao governo
de Pernambuco,
pela Frente Popular. Em 2011, foi reeleito
presidente do partido, com mandato até 2014. Foi reconduzido ao cargo, por
aclamação, e sem concorrentes.
Governador de Pernambuco
Campanha 2006
Em 2006 se lançou candidato ao governo do
estado de Pernambuco, tendo como coordenadores o ex-deputado
estadual José Marcos de Lima, também ex-prefeito
de São José do Egito. Mas também contou com apoio
de importantes lideranças do interior do estado, como o deputado federal Inocêncio Oliveira e o então prefeito
de Petrolina, Fernando Bezerra Coelho. Campos contou com
o apoio do presidente Lula, que se dividiu entre o palanque do socialista e do
candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) ao governo, Humberto Costa. Os
candidatos de esquerda marcaram posição frente ao nome da situação, o então
governador e candidato a reeleição, Mendonça Filho (PFL), apoiado pelo
ex-governador Jarbas Vasconcelos (PMDB).
Eduardo
Campos junto com os governadores dos 26 estados e do Distrito Federal, 6 de
março de 2007.
O primeiro turno apresentou um fato curioso:
o presidente Lula manifestou apoio para dois candidatos à sucessão estadual:
Eduardo Campos, do PSB,
e Humberto Costa, do PT. Tal posicionamento foi encarado pelos
críticos políticos como uma estratégia dos partidos de esquerda do estado para
quebrar a hegemonia do ex-governador Jarbas Vasconcelos, que apoiava a reeleição do
candidato pelo PFL Mendonça
Filho, governador que assumiu o poder após a renúncia de Jarbas em
abril de 2006, que saiu do governo para disputar uma vaga de senador,
visando a levar as eleições estaduais para o segundo turno.
Eduardo Campos iniciou a campanha eleitoral,
de acordo com as pesquisas eleitorais, na terceira colocação. Mas a coligação
que apoiavaMendonça Filho, utilizou extensivamente
denúncias de corrupção que pesavam sob o candidato Humberto
Costa quando ocupou o cargo deMinistro da Saúde, no governo Lula.
Os aliados de Mendonça Filho eJarbas Vasconcelos acreditavam que os
votos dos potenciais eleitores de Humberto poderiam migrar naturalmente para
Mendonça. Afirmavam que, mesmo as eleições sendo levadas para um segundo turno,
o candidato Eduardo Campos seria um alvo mais fácil para ser atacado na
campanha por causa do seu envolvimento, como secretário da Fazenda, nas
operações dos precatórios no último governo de Miguel Arraes;
o que eles não contavam é que ainda no período eleitoral ele e o governo do avô
foram inocentados na justiça, em última instância, sobre o caso.
Humberto
Costa, que saiu da campanha do primeiro turno na terceira colocação,
manifestou logo de imediato apoio a Eduardo Campos. O candidato do PSB conseguiu
aglutinar em seu palanque quase todas as forças sociais e partidos opositores
de Mendonça Filho e Jarbas Vasconcelos. O governador candidato a
reeleição, Mendonça Filho, não conseguiu se eleger e Eduardo
Campos foi eleito com mais de 60% dos votos válidos para governador no segundo
turno.
Reeleição
Com o governo bem avaliado e a popularidade
em alta, Eduardo Campos concorreu à reeleição em 2010. Assim como em 2007,
contou com o apoio do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Campos foi
reeleito, desta vez como o governador mais bem votado do Brasil: mais de 80%
dos votos válidos no primeiro turno, derrotando o senador Jarbas Vasconcelos.
A gestão de Eduardo Campos
Eduardo Campos ocupou o Governo de Pernambuco durante
sete anos (2007–14).
Na primeira gestão se destacam projetos e obras estruturadoras como a ferrovia Transnordestina, a Refinaria de Petróleo Abreu e Lima, a
fábrica de hemoderivados Hemobrás e a recuperação da BR-101.
O socialista colocou as contas públicas na
internet com o Portal da Transparência do Estado, considerado pela ONG Transparência Brasil o segundo melhor
do país, entre os vinte e sete estados da federação. O estado de Pernambuco
cresceu acima da média nacional (3,5% em 2009) e os investimentos
foram de mais de R$ 2,4 bilhões em 2009, contra média histórica de R$ 600
milhões/ano. A administração foi premiada pelo Movimento Brasil Competitivo.
Na segurança pública houve redução dos
índices de violência com a implantação do programa Pacto pela Vida. O número de
homicídios no estado sofreu uma queda 39,10% desde o início do programa. Além
disso, 88 municípios pernambucanos chegaram a uma taxa de Crimes Violentos
Letais Intencionais (CVLI) menor que a média nacional que é de 27,1 por 100 mil
habitantes. A redução também ocorreu com crimes como roubos e furtos. Entre
2007 e 2013 houve uma diminuição de 30,3% neste tipo de delito no estado.
“Esse prêmio é um reconhecimento muito especial, porque é o maior
prêmio de gestão pública do mundo. Vamos recebe-lo com muita alegria em nome
de tantos, que no anonimato, diariamente nos ajudam no Pacto Pela Vida.
Estamos no caminho certo para transformar Pernambuco no lugar mais seguro do
País” — Eduardo Campos sobre o prêmio conquistado pelo Pacto pela Vida.
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Em 2013 Eduardo anuncia o rompimento com o
governo Dilma, saindo da base aliada, junto com seus correligionários,
orientando-os a entregarem os cargos de confiança nos vários escalões.
Entre os motivos do rompimento, Campos aponta
a manutenção da aliança do governo Dilma com setores políticos tradicionais,
entre os quais, com o PMDB. Aproxima-se de Marina Silva e a acolhe, com seus
aliados, no PSB, chamando o novo movimento de "Nova Política".
Este rompimento provocou uma rachadura entre
a PSB e os aliados à Presidenta Dilma do PSB do Ceará com seu líder Ciro Gomes.
Saúde
Foram construídos três novos hospitais na
Região Metropolitana do Recife (RMR) e 14 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs),
além da expansão do número de leitos de UTI e UCI. Entre 2006 e 2013, Pernambuco se
firmou como o estado nordestino com o maior ganho de anos na expectativa de vida
(3,72 anos), superando a média da região. Houve também redução de 9,6% na taxa
de mortalidade por causas evitáveis. Em 2011, Pernambuco alcança a
média nacional em relação à mortalidade infantil, reduzindo em 47,5% o seu
coeficiente.
Educação
Entre 2007 e 2011, Pernambuco registrou um
crescimento de 14,8% no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – Ideb. O
número é mais de duas vezes superior à média nacional de 6,2%. Os alunos das
Escolas Técnicas Pernambucanas apresentaram um desempenho médio 47% superior em
relação aos estudantes de outras partes do Brasil, como São Paulo e Santa
Catarina, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais (Inep).
Pernambuco tem hoje a maior rede de Escolas
de Referência do Brasil, com, 260 unidades. De acordo com pesquisa do Inep,
somente em 2012 mais de 85 mil alunos foram matriculados – o que corresponde a
10 vezes mais que a média nacional de 8.509. Em 2013, foram 163 mil alunos
matriculados. A Educação Profissional foi ampliada e atualmente 26 Escolas
Técnicas estão em funcionamento no estado. O Programa Ganhe o Mundo levou 2 270
alunos para intercâmbios em países como Estados
Unidos, Canadá, Nova Zelândia, Chile, Argentina e Espanha.
Emprego
Entre 2007 e 2013 foram gerados 560 mil
empregos formais, sendo 150 mil apenas no interior do estado – o que representa
uma expansão de 48% no mercado formal de Pernambuco. O governo também atraiu
mais de R$ 78 bilhões de investimentos privados. Empresas como Sadia (Vitória de Santo Antão), Perdigão (Bom Conselho), Novartis (Goiana), Kraft Foods (Vitória de Santo Antão) e Fiat Chrysler (Goiana) se
instalaram no estado.
Eleição presidencial em 2014
Oficialmente confirmada como pré-candidata à
reeleição, Dilma Rousseff tem entre seus principais
adversários o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e o
senador do PSDB por Minas Gerais, Aécio Neves.
Eduardo Campos firmou uma aliança
programática com Marina Silva, ex-senadora pelo Acre e ex-ministra
do Meio Ambiente da primeira gestão do
governo Lula e atual líder da Rede Sustentabilidade.
A dupla confirmou a pré-candidatura da chapa que teve Campos como candidato a
presidente e Marina na vice21 ,
durante evento realizado em Brasília,
em 14 de abril de 2014.22
Aécio Neves também
confirmou a sua candidatura pelo PSDB, tendo como vice o
senador Aloysio Nunes (PSDB-SP).
Aliança Programática PSB – Rede Sustentabilidade
Em outubro de 2013 o então governador Eduardo
Campos anunciou a aliança programática com a Rede Sustentabilidade, da
ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva,
cujo pedido de registro do novo partido foi negado pelo Tribunal Superior
Eleitoral (TSE). A aliança foi formalizada em 4 de
fevereiro de 2014, no evento que lançou as bases para elaboração do
programa de governo do PSB-Rede. Na mesma data, o Partido Popular Socialista
(PPS), através do deputado federal Roberto Freire, formalizou a entrada do
partido na aliança.
As diretrizes para elaboração do programa de
governo são: Estado e democracia de alta densidade; Economia para o
desenvolvimento sustentável; Educação, cultura e inovação; Políticas sociais e
qualidade de vida e Novo urbanismo e o pacto pela vida.
Eduardo Campos anunciou em abril de 2014, em
um evento realizado em Brasília, a pré-candidatura à Presidência do Brasil, tendo
como vice a líder da Rede Sustentabilidade, Marina Silva.
Morte
Em 13 de agosto de 2014, o
então candidato a presidência da República embarcou em um avião modelo Cessna Citation 560XL de prefixo PR-AFA que
saiu do Aeroporto Santos Dumont, na cidade
do Rio de Janeiro, por volta das 9h, com
destino ao município deGuarujá, para cumprir agenda de campanha.
Por volta das 10h, o avião, após arremeter devido
ao mau tempo, caiu em cima de uma casa em Santos, próximo
a rua Vahia de Abreu, no bairro do Boqueirão, matando todos os sete ocupantes e
ferindo 6 pessoas em terra. Segundo os bombeiros, o acidente provocou estragos
em um raio de 50 metros, assim como os destroços da aeronave.
Premiações
·
2010 –
primeiro colocado no Ranking de governadores estabelecido pelo Instituto
Datafolha de Pesquisas, sendo uma dessas com 80% de aprovação entre os
pernambucanos.
·
2011 –
apontado pela pesquisa Ibope/Band como o melhor governador do Brasil e
novamente, pela Revista Época, um dos 100 brasileiros mais influentes do ano.
·
2013 – Pacto pela
Vida recebe o prêmio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) na
categoria “Governo Seguro – Boas práticas em prevenção do crime e da
violência”.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Eduardo_Campos